domingo, 25 de outubro de 2009

PSDB E PAVAN CADA VEZ MAIS FORTES NO GOVERNO DE SC



O retorno de Luiz Henrique da Silveira do exterior, previsto para esta segunda-feira, quando reassumirá o governo do Estado, é aguardado com grande expectativa por correligionários, aliados e até adversários políticos.
LHS vai aproveitar a transmissão do cargo para mandar algum recado ao presidente do PMDB, Eduardo Moreira, ou evitará qualquer polemização, marcando o ato pela informalidade?
Duas situações são líquidas e certas: o governador Luiz Henrique não gostou dos movimentos de Moreira na direção do PT, durante sua ausência, nem desistiu do projeto da tríplice aliança, coligação que deseja ver reeditada em 2010.

Papel estratégico
Considerando seu afastamento do governo no dia 5 de janeiro, LHS terá apenas mais 70 dias como governador. Confirmada sua disposição de concorrer ao Senado, renunciando em 2 de abril, quem ganha espaço na tríplice é o vice Leonel Pavan (PSDB), que desempenhará papel estratégico no primeiro semestre do próximo ano.
Para realizar essa travessia sem sobressaltos, LHS terá de contar com a parceria de Pavan. E para se eleger senador com votação retumbante, indispensável para credenciá-lo à presidência do Senado, em 2011, a sintonia com o tucano será indispensável.
LHS e Leonel Pavan estão afinadíssimos para enfrentar a campanha eleitoral, especialmente porque também estão fechados em torno da candidatura presidencial do governador José Serra (SP).

Distância do PT
Não é novidade para ninguém que o governador Luiz Henrique já esteve mais propenso à candidatura ao governo do senador Raimundo Colombo (DEM).
Com essa equação, além de repetir a manobra de 2006, quando Eduardo Moreira completou o mandato, LHS chegaria em Brasília de braços com Casildo Maldaner, primeiro suplente de Colombo.

Dobradinha
A diferença é que Moreira foi buscado em Criciúma para formar dobradinha com Luiz Henrique em 2002, depois de ter sido derrotado na eleição à Prefeitura de Criciúma para o petista Décio Góes. Já Leonel Pavan abriu mão de quatro anos como senador para ser vice de LHS.
Luiz Henrique vai tentar encontrar uma solução capaz de preservar a unidade do PMDB e a boa convivência com Eduardo Moreira. Em conversa a sós com seu ex-vice, LHS vai deixar claro que não dmite a hipótese de nenhuma composição com o PT.

Equação
Luiz Henrique vai tentar uma solução que preservar a unidade do PMDB e a boa convivência com Eduardo Moreira. Em conversa a sós com seu ex-vice, o governador vai deixar claro que não admite a hipótese de nenhuma composição com o PT.
Primeiro, porque não confia nos petistas, que passaram os dois mandatos fazendo oposição na AL.
E também porque descarta uma equação presidencial que não passe pelo governador José Serra.

Renúncia
Uma queda-de-braço para ver quem tem o real controle do PMDB não passa pela cabeça de LHS. Como ele não pretende se sujeitar à liderança de José Sarney (AP) e de Renan Calheiros (AL), agora com Michel Temer (SP), prefere desistir do Senado a se submeter ao acordo com o PT.
Como Temer já disse que não vai impor o acerto nacional aos Estados, LHS poderá reassumir o controle da tríplice aliança (hoje meio à deriva) e a condução no PMDB se provocar fato novo.

A renúncia da renúncia.
Piloto da campanha
Embora contrariado e frustrado, Luiz Henrique abriria mão da candidatura ao Senado e completaria o mandato, pilotando a campanha no exercício do governo. E em condições de influenciar diretamente na chapa majoritária.
Esse desfecho não é o preferencial de LHS, que sabe das boas perspectivas para se eleger senador, mas seria a forma de colocar ordem na casa. Neste caso, LHS bateria o jogo, estabelecendo as regras com a autoridade de quem praticou um gesto de grandeza, em nome de um projeto de poder no Estado, com desdobramentos na eleição à Presidência da República.
Mesmo sem mandato, LHS poderia ser aproveitado no ministério diante do sacrifício para a construção de apenas um palanque em SC, fundamental para evitar o crescimento de Dilma Rousseff.

O papel do governador
Essa drástica operação a ser executada por Luiz Henrique não fulminaria com a sua licença agora em janeiro. Sem as atribuições administrativas, teria quase 90 dias para, em dedicação exclusiva, tentar costurar um acordo capaz de não inviabilizar a sua renúncia.
Não sendo possível, ao invés de entregar o governo em definitivo a Leonel Pavan , reassumiria em abril.
Só que com força e autoridade para oferecer a palavra final na composição estadual. O PMDB não teria mais como exigir o cabeça de chapa e Eduardo Moreira ficaria sem argumentos para não aceitar o papel de coadjuvante de Raimundo Colombo ou Leonel Pavan.
Alternativas: Colombo de candidato a governador, com Moreira ou o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, de vice. Pavan concorreria ao Senado, em dobradinha com um dos dois peemedebistas; Leonel Pavan ao governo, mas com Raimundo como companheiro de chapa.
Eduardo Moreira e Berger iriam ao Senado; e finalmente escalar um dos dois peemedebistas de vice de Pavan, mas com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, representando o DEM na majoritária.
É possível prever fartura de lances para enriquecer a corrida sucessória. E como se pode ver, o futuro da tríplice aliança e a estratégia da oposição (PT e PP) vão depender do PMDB e dos movimentos de LHS.

Fonte: Jornal A Notícia


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